quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

O Brasil nas Copas: vilões nacionais e estrangeiros 1

Começando o projeto Copa do Mundo, vamos aos países do grupo A, começando pela seleção da casa, o Brasil. Por ser o país no qual nasci e, teoricamente, o que sei mais coisas, falarei, afinal, sobre um dos assuntos que mais gosto: futebol. Mais especificamente sobre as eliminações do Brasil nas Copas do Mundo de 1930, 1934, 1938, 1954, 1966, 1974, 1978, 1982, 1986, 1990, 2006 e 2010, além das derrotas para Uruguai em 1950 e França em 1998, que custaram o título, mas fizeram da seleção canarinho vice-campeã mundial. Serão 03 postagens sobre o assunto, então, mãos à obra.


1930 - Iugoslávia

Na primeira Copa do Mundo, disputada no Uruguai, o Brasil foi derrotado pela seleção iugoslava. É interessante notar que alguns times não aceitaram convocações de seus jogadores e que isso deixou a seleção bem mais fraca. Assim, os vilões seriam os clubes que não liberaram os jogadores.


1934 - Espanha

Em 1934, na primeira Copa disputada na Europa, o Brasil foi derrotado pela forte seleção espanhola, por 3 a 1, ainda nas oitavas de final. O time já tinha alguns jogadores que seriam importantes na Copa do Mundo seguinte. O Brasil jogou bem e o grande vilão de nossa eliminação foi o goleiro Ricardo Zamora, um dos maiores da história, que até pênalti pegou no jogo.

Ricardo Zamora

1938 - Itália

A seleção de 1938 foi, provavelmente, a primeira proveniente do Brasil a ter forte impacto Mundial. Com Leônidas da Silva em estado de graça e outros jogadores como Romeu e Domingos da Guia também em grande forma, a seleção chegou à semifinal, contra a então campeã mundial, a seleção italiana. E foi justamente Domingos o grande vilão da eliminação, junto com o italiano Silvio Piola, que o provocou a ponto de sofrer um pênalti besta fora do lance. Fazer esse tipo de besteira passou a ser, no jargão futebolístico, uma domingada. O Brasil ainda reagiria, mas terminou derrotado por 2 a 1 e tendo que contentar-se com um terceiro lugar.

Domingos da Guia, quando jogava no Boca Juniors

Silvio Piola




1950 - Uruguai

O Maracanazo, em um dia em que todo brasileiro conhece pelo menos duas pessoas que estiveram no estádio (o que faria o já enorme público de 181.000 pessoas crescer umas 100 vezes, se fosse verdade). Na verdade não era uma final, mas o último jogo de um quadrangular final, no qual, por coincidência, os dois times poderiam ser campeões. Um empate bastava ao Brasil que, no salto alto por culpa de seu treinador, em grande parte, esqueceu de jogar contra a boa seleção Uruguaia, de Varela, Schiaffino e Ghiggia, o grande vilão, que marcou o segundo gol. Muita gente elegeu o goleiro Barbosa como culpado, mas o blogueiro prefere ficar com Flavio Costa e, do outro lado, obviamente, o autor do gol da derrota, Alcides Ghiggia. Abaixo, Flavio Costa e Ghiggia (que ainda está vivo), respectivamente.

















1954 - Hungria

Em 1954, o Brasil tinha uma boa seleção que, no entanto, era bastante insegura. Depois de passar sem grandes problemas da primeira fase, com um empate e uma vitória, encontrou a fortíssima Hungria, invicta havia inúmeros jogos, com bailes recentes sobre Inglaterra, Alemanha e Áustria e dona do ataque mais letal da história das Copas. Tínhamos um trunfo: o maior craque da época, Ferenc Puskás, havia se contundido e não jogaria. Ao contrário de suas partidas na primeira fase, a Hungria suou para ganhar do Brasil no futebol (por 4 a 2) e na porrada: uma briga campal aconteceu, com a expulsão de Nilton Santos e outros três jogadores. O jogo, não à toa, foi chamado de Batalha de Berna. O atacante húngaro Sandor Kocsis, para muitos um dos melhores cabeceadores da história, foi o grande nome do jogo e, ao lado da insegurança, o grande responsável pela eliminação da primeira seleção a jogar de amarelo (até 1950, o Brasil jogava de branco, abandonado pelo trauma do Maracanazo).

Sandor Kocsis

1966 - Hungria e Portugal

Em 1966, na Copa disputada na Inglaterra, o Brasil vinha de um bicampeonato mundial consecutivo (o último país a conseguir isso, por sinal) e estava bastante confiante. Tão confiante que a CBD (antecessora da CBF e na época dirigida por João Havelange) promoveu uma zona, com convocação de homônimo do jogador que realmente deveria ser convocado, montagem de várias seleções, nenhuma delas com todos os melhores nomes e parco conhecimento dos bons rivais que eram Hungria e Portugal.

Depois de vencer a Bulgária na primeira partida, o Brasil tomou de 3 a 1 tanto dos magiares quanto dos portugueses. Contra a Hungria, a seleção foi dominada facilmente, com grande participação de Florian Albert, que seria o melhor jogador da Europa no ano seguinte. Contra Portugal, um revezamento dos defensores para fazer faltas em Pelé foi a pá de cal para uma seleção desorganizada e desmotivada. Sim, o recém falecido Eusébio também ajudou.

Essa foi a única eliminação do Brasil em uma fase de grupos inicial em Copa do Mundo desde 1930. Por isso, vão as fotos de três vilões escolhidos: João Havelange, Florian Albert e Eusébio.



João Havelange
Florian Albert
Eusebio

Na próxima postagem, falaremos sobre as eliminações em 1974, 1978, 1982 e 1986. Abraços e um feliz ano novo a todos os leitores.




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