quarta-feira, 5 de março de 2014

Camarões - Os Leões de Yaoundé

Olá leitor fantasma, quanto tempo! A vida anda corrida, mas finalmente escreverei meu post sobre a quarta nação na Copa do Mundo: a República dos Camarões.



Vou admitir que deu muito mais trabalho que os anteriores, uma vez que eu nunca estive em Camarões, o país é distante e não há tanta informação sobre ele na internet. Mas, chega de lamentações, vamos às curiosidades sobre o país:

- O país é grande para os padrões africanos e apresenta uma diversidade de relevos e vegetações incrível. Não à toa, é apelidado de África em miniatura, por conter basicamente todos os biomas do continente africano (desertos, savanas, montanhas, etc.). Seu ponto culminante é o monte Camarões, com mais de 4 mil metros e próximo ao litoral do país, cuja capital é Yaoundé, mostrada abaixo.


- O nome do país tem origem portuguesa: no século XV, quando navegavam pela costa da África, os portugueses entraram no estuário de um rio em Douala (maior cidade do país hoje) e, encontrando muitos camarões, decidiram nomear o local Costa dos Camarões. Três séculos depois, os colonizadores alemães adaptaram o nome para Kamerun.

- Depois da Primeira Guerra Mundial, França e Reino Unido passaram a dividir o território camaronês. A colonização do país nunca foi fácil, pela grande incidência da malária. Mesmo com a descoberta das propriedades do quinino, o ambiente permaneceu hostil para os europeus.

- O presidente Paul Biya detém o poder desde 1982, sendo um dos chefes de governo mais antigos em todo o mundo. Ele foi reeleito em 1984 e 1988 e depois deu um golpe, como é comum na África independente e mal dividida pela herança da colonização.




- Apesar da ditadura de Biya e da herança maldita da colonização imperialista europeia, Camarões tem indicadores sociais bem superiores ao da maioria da África. Mesmo com religiões (catolicismo, religiões tribais e islamismo, na ordem) e tradições tribais distintas, o povo tem um grau de coesão bem razoável. A alfabetização é de 76% e a taxa de mortalidade infantil está entre as menores de todo o continente africano.

- Os idiomas oficiais são o inglês e o francês, mas línguas da família bantu são faladas em todo o país. 

- Temos, em São Paulo, um bom restaurante africano, o Biyou-Z, cuja dona e o principal garçom (Victor, que fala um português muito bom com algum sotaque francófono) são camaroneses. Ambos muito simpáticos.Dois amigos do blogueiro pediiram um prato composto de polenta mole em formato cilíndrico, carne bovina e uma espécie de caruru com amendoim bastante gostoso, chamado Ndjap devidamente aprovado por ambos.







- Agora, um pouco de futebol. Camarões é uma das seleções africanas mais bem sucedidas da história, tendo vencido os Jogos Olímpicos de Sidney no masculino e ido às quartas de final da Copa do Mundo de 1990, com grande destaque para o atacante veterano Roger Miller, o Milla, que se tornou o jogador mais velho a marcar um gol em Copa do Mundo, aos 38 anos (recorde que ele mesmo bateria quatro anos depois). Outros grandes jogadores camaroneses foram Thomas Nkono (goleiro destaque na campanha invicta da Copa de 1982 - com direito a empate com a semifinalista Polônia e a campeã Itália) e Patrick Mboma, destaque da medalha de ouro no ano 2000. Atualmente, Samuel Eto'o, apesar de veterano, é um dos grandes atacantes do futebol mundial, tendo sido importante para vitórias de Barcelona (duas) e Internazionale na Liga dos Campeões da UEFA.

Milla em 1990

Nkono

Patrick Mboma

Samuel Eto'o Fils








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